Do concreto às ladeiras, um só lugar!

Ah, esse final de semana, meu aniversário, fui ao Alto da Sé. Saindo de Boa Viagem, passo por quase toda a capital, observando prédios em meio a favelas, a agitação pelas ruas... É, Recife é mesmo muito grande e bela! Ao passar do Tacaruna, chego em Olinda. Ah Olinda, Mal conheço! Como pode uma pessoa estar tão perto e mesmo assim não conhecer?! É, meus amigos, a pura (e triste) realidade! Atualmente, com toda essa correria, não temos mais tempo para respirar cultura! O corre-corre para casa, trabalho, faculdade é entediante! E nos tempos livres, preferimos a mesmisse de shoppins e bares... Como pode? Temos ao nosso lado um acervo riquíssimo em cultura! O sítio histórico impressiona, parece que voltamos no tempo... Entendemos melhor como deve ter sido a época de colonização, da escravidão, a guerra dos mascates... Guerra essa que ajudou Recife a se tornar capital pernambucana, tirando da velha e boa Olinda, o centro das atenções. Depois de toda essa viagem no tempo, ainda temos que subir uma boa ladeira até chegar na apoteose, O alto da Sé ! O sacrifício vale, não tem coisa melhor que saborear uma boa tapioca ao som de um bom frevo, apreciando a vista da capital... logo ela, a cidade que “roubou a cena” de Olinda, anos atrás. Pois é! Apesar de tudo (e de todo esquecimento), as cidades sempre foram e serão irmãs! Não teria graça a agitação de Recife, sem a calmaria de Olinda. Do mesmo modo que a vista do Alto da Sé não teria graça, se não fosse Recife lá. Sabe aquela música, “futebol sem bola, piu-piu sem frajola, sou eu assim sem você”? Assim que são Recife e Olinda...

Isso aqui tá bom demais !

"Olha, que isso aqui tá muito bom
Isso aqui tá bom demais
Olha, quem tá fora quer entrar
Mas quem tá dentro não sai"


Esse trecho, composto por Dominguinhos e Nando Cordel expressa bem o clima que o nordeste vive na época de são joão. As ruas, casas e praças por todas as cidades se enxem de balões e bandeiras, as crianças à beira d'uma fogueira, nas noites festivas, soltam chuvinha, traque de massa, rojão. Os casais aproveitam pra dançar agarradinho e as comidas típicas se espalham por toda a mesa. Canjica, milho, pé-de-moleque e tapioca: Tudo que um bom nordestino aprecia ! E opções de destino não faltam ! Você pode curtir os mega-eventos em Caruaru e Campina Grande, ficar nos pólos medianos, como Arcoverde, Feira de Santana, Garanhus e Mossoró, ou ainda desfrutar do climão de interior brabo em cidades menores. As próprias capitais disponibilizam pólos para a diversão. Com ou sem o tradicionalismo, o importante mesmo é se divertir !
E, voltando ao trecho da velha música, é como o bom matuto diz: Quando a festa começa, quem tá fora quer entrar, e quem tá dentro não sai !

Região Nordeste, berço brasileiro !

22 de Abril, 1500. Após meses e meses de ''luta'' contra o mar, os desbravadores portugueses, já exaustos da longa jornada percorrida, avistam um pedaço de terra. Comandados por Pedro Álvares Cabral, eis que lhes surgem à vista a bela paisagem tropical. Mata atlântica, índios e areia branca ! Nada mais consolador aos olhos daquela tripulação descobridora ! Grande era a satisfação; porém, mal sabiam eles que o simples fato de encontrarem a tão esperada "terra à vista", seria o suficiente para começar a estruturar a pátria tropical, multiétnica e cultural, BRASIL. E essa pátria, teve surgimento aqui, em litoral nordestino. A região que já foi tão discriminada (e ainda hoje, é) e que sofre com tantos indicadores sociais negativos, queiram ou não, é o berço da civilização brasileira ! E isso é história, meus caros. Nunca será apagado ! O sangue desse povo levou a pátria à ascensão ! Esse povo batalhador, que em momento algum baixou a cabeça, é forte ! E é disso que nós, nordestinos, devemos nos orgulhar ! Por mais que o Brasil esteja longe de ser um país exemplar, por mais que tenha todos os problemas que tem, ele começou aqui ! Começou do povo que sofreu repressões, povo que ressurgiu, que lutou por seus direitos e que vai à luta todo dia com a esperança de ver um país melhor.